Fatores que influenciam na amamentação em mulheres atendidas no Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados – Mato Grosso do Sul
DOI:
https://doi.org/10.29327/269776.2.1-12Palavras-chave:
aleitamento materno, desmame precoce, fatores de risco, pré-natal, cuidados no puerpérioResumo
O desmame precoce é uma realidade no Brasil, apesar do incentivo a prática do aleitamento materno. Vários fatores podem estar associados, como biológicos, psicológicos, socioeconômicos, culturais e demográficos. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi conhecer os fatores que estão associados ao desmame precoce em puerpério prévio e puerpério atual após um mês da realização do parto. Trata-se de um estudo longitudinal, analítico e quantitativo, realizado no período de Residência Multiprofissional em Saúde Materno-Infantil (2018-2020) e aprovado pelo comitê de pesquisa do hospital e do comitê de ética e pesquisa em seres humanos. Foram coletados dados sociodemográficos e dados referentes à amamentação em puerpério prévio, gestação atual e puerpério atual após um mês da realização do parto de gestantes atendidas nos setores do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados, na cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul, no ano de 2018-2019. Após análises estatísticas e Teste qui-quadrado (x2), utilizando o programa BioEstat 5.3®, os resultados desse estudo. Porém, chama a atenção a baixa prevalência do apoio profissional no período gestacional (35,3%), o que pode ter contribuído com o desmame precoce (62,5%), e a piora no conhecimento do tempo máximo em cada seio e intervalo entre as mamadas no período pós-parto, além da oferta de chá, água ou papa principal ao bebê no primeiro mês de vida (35,4%), mesmo apresentando conhecimento sobre a oferta de apenas leite materno até completar os seis meses de vida (59,6%) na gestação. Conclui-se que não houve associação entre as variáveis analisadas em puerpério prévia com as do puerpério atual e após um mês da realização do parto. Mas, a baixa quantidade de orientações e baixo apoio ao aleitamento materno no pré e pós-natal, especialmente dos profissionais de saúde pode favorecer o aumento do desmame precoce, por isso é importante o conhecimento desses fatores para promover ações visando a promoção da amamentação.
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